O gozo estético no filme “O Farol” – entre o grotesco e o sublime

O filme se passa no início do século XX, e conta a história de dois homens isolados em uma ilha, responsáveis por manter a rotina de trabalhos de um farol. O personagem Thomas Wake (interpretado por Willem Dafoe) é o principal responsável pela manutenção do farol, e contrata o jovem Ephraim Winslow (Robert Pattinson) para trabalhar no lugar de um auxiliar anterior. Apenas Thomas tem acesso ao interior do farol, e parece dominar tudo sobre o local, com seu jeito nada acolhedor de receber o novato. O jovem fica cada vez mais obcecado por descobrir o que se passa dentro deste misterioso farol, e segue aos poucos rumo a uma jornada de loucura enquanto tenta lidar com o cada vez mais autoritário e intempestivo chefe.

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Estudando: Michael Balint

Michael Balint (nascido Mihaly Bergsmann) foi um médico e psicanalista húngaro, que também teve formação em filosofia, biologia, química e biologia. Nasceu em 1896 e nos anos 1940 mudou-se para a Inglaterra, fugindo da perseguição aos judeus e seus descendentes. Faleceu em 1970.

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Lendo Freud: A Interpretação dos Sonhos capítulo VII

Chegamos ao tão comentado capítulo VII da Interpretação dos Sonhos! Ele é considerado o mais importante desta obra e um texto fundamental para a psicanálise como um todo! Até hoje, é comum ouvir de psicanalistas que, quando se está em dúvida sobre a teoria, volte ao capítulo VII da Interpretação dos Sonhos. Mas o que tem nele de tão interessante? Vamos ao resumo!

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Lendo Freud: A Interpretação dos Sonhos capítulo III

O segundo capítulo termina com uma grande constatação de Freud: o sonho é a realização de um desejo.

Até agora, na obra, pudemos identificar algumas características importantes do sonho. Os sonhos têm um sentido, são produzidos por uma atividade intelectual altamente complexa, e são a realização de um desejo.

Freud então se pergunta de onde vem essa estranha maneira de realizar um desejo? Por quais transformações nossos pensamentos passam? E porque foram transformados? De onde vem o material do sonho?

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Lendo Freud: A Interpretação dos Sonhos – capítulo II

O livro “A interpretação dos Sonhos” foi publicado em 1900. Há uma história conhecida sobre a obra mais importante de Freud: diz-se que o material já estava pronto e publicado em 1899, porém Freud havia pedido que a obra saísse com a data de 1900 pois tinha o desejo de que esta fosse uma das maiores obras do século XX (o que, na visão de muitos, se consolidou).

Apesar da data, este texto já estava sendo escrito em paralelo ao “Estudos sobre a histeria” (1895, produzido em parceria com Joseph Breuer).

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Lendo Freud: Lembranças Encobridoras

Nesta série de posts, trago de maneira resumida algumas das principais ideias e contextualização de textos importantes da obra da Sigmund Freud. Começando pelo “Lembranças Encobridoras”, publicado em 1899.

O texto foi publicado um ano antes de sua obra mais conhecida, “A interpretação dos sonhos“, lançado em 1900. Portanto, no momento em que o “Lembranças Encobridoras” é publicado, Freud muito possivelmente já tinha grande parte de sua obra principal escrita e muito do que ele exploraria nos próximos anos já estava se formando neste momento. Assim, o Lembranças Encobridoras é, em grande parte, uma prévia do que vemos em “A Interpretação dos Sonhos”.

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Sonhos no Terceiro Reich

Publicado pela primeira vez no Brasil em 2017, o livro “Sonhos no Terceiro Reich” (1966), da jornalista Charlotte Beradt, apresenta uma instigante proposta: reunir sonhos de diferentes pessoas na Alemanha entre 1933 e 1939, quando se dá a ascensão de poder do Partido Nazista no país.

A autora coletou cerca de 300 sonhos de diferentes pessoas, como donas de casa, empresários, advogados, feirantes, empregadas domésticas, etc, buscando encontrar narrativas comuns que tratavam dos impactos que o totalitarismo apresentava na psique das pessoas que, aos poucos, passavam a ver a realidade transformada em absurdo.

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Origens da Psicanálise

É comum afirmar que a Psicanálise seria a terceira ferida narcísica da humanidade. A primeira é atribuída a Nicolau Copérnico, ao afirmar que a Terra não era o centro do universo. A segunda, a Darwin e sua teoria de que o Homem, afinal, não é um ser “originado” a partir de Deus. Por fim, Freud e a Psicanálise apresentam a ideia de que o Eu (ou ego) não é senhor na sua própria casa, ou seja, não temos total controle sobre o que se passa em nossa mente.

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Abordagens teóricas e suas definições de personalidade

Segundo Feist, Feist e Roberts (2013), Freud teria sido o primeiro estudioso a desenvolver uma teoria considerada “moderna”da personalidade, com base em suas observações clínicas. No século XX, a tendência de desenvolvimento de teorias da personalidade passou a se basear também em observações científicas, além das clinicas.

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